Partilhar a missão juntos aos refugiados e imigrantes venezuelanos depois de quatro anos, é sempre um caminho de aprendizado, nesse momento faço minha a poesia chamada PRECE do poeta português Fernando Pessoa que dizia: Dai-me alma para te servir ,Dai-me alma para te amar, Dai-me mãos para trabalhar no teu nome, e que eu posso amar os outros como irmãs e irmãos…
Na minha missão junto com a comunidade, a palavra acolhimento é a chave que abre o coração, no nosso encontro com os irmãos refugiados. Aqui tudo é improvisado, transitório, passageiro, a vida se dar no caminho das incertezas, dos Medos e dos sonhos de uma vida melhor, depositado na mochila e no coração de cada imigrante. E como já disse em outras oportunidades, a rua é o espaço onde evangelizamos, encontramos as pessoas juntos buscamos atender as necessidades, penso que a palavra de Deus é transmitida com o nosso testemunho de acolhimento . Diante da dura realidade, que encontramos as pessoas sabemos que acolhimento, a escuta, um olhar, um abraço é como um coberto que aquece venerabilidade e fragilidade que eles se encontram ao chegar em um novo país . Não posso negar que muitas vezes fico indignada com as injustiças aos quais eles são submetidos e humilhados.
A fronteira não é só um risco, uma divisória de território ou muro, é muito mais… existem muitas fronteiras uma delas é a indiferença, a falta de políticas governamentais, do preconceito e principalmente a falta de compaixão. Mas isso não me faz abandonar a missão ao contrário, cada dia cresce em nós o meu desejo de servir a Deus junto aos irmãos refugiados e imigrantes assim ao juntas com as mulheres buscamos criar oportunidades de trabalho , através de projetos de empreendedorismo, desenvolvendo os talentos criando oportunidades de empoderamento, melhoria de condições de vida digna. Propocionamos uma casa de acolhida onde possibilitar as mães a ficar em lugar seguro e digno. Esses dias uma reporte me perguntou: O que vocês irmãs de São José estão fazendo de significativo para dar resposta concretas aos refugiados e mais vulneráveis ? (Silêncio) Convidei ela para dar uma volta comigo nas ocupações ao redor de Pacaraima onde se encontra um grande número de famílias vivendo em barracos de plásticos sem condições mínimas para viver. Ao chegar logo as crianças se aproximavam de pés descasos, sem roupas, brincando com a terra ai entregamos alguns caramelos, saudamos as mães, visitamos algumas empreendedoras, depois retornamos a sede da pastoral: Disse pra ela é isso que as irmãs de São José faz de mais significativo esta próximas dos mais vulneráveis.
Assim, o convite do Papa Francisco de que “é urgente ‘acolher, proteger, promover e integrar’.
Aqui estamos doando nossas vidas para ser uma presença e junto com outras pessoas dar novas respostas com o nosso carisma na igreja de Roraima.
Em unidade e com um coração grato: Irmã Maria das Graças da Silva