Era a noite da décima-terceira lua cheia, existe e insiste para a gente a fé, não desistir um tempo de inteligência de amor, ao redor da ordem simbolica, mistico politica, do numero treze. O calendario divide o ano em doze meses; o lunario em treze ciclo de luas. O corpo da terra, do mar, dos rios, das mulheres e da vida que se prepara para nascer, não é acompanhado pelo ritmo dos doses meses do calendario, mas pelo ‘respiro lunatico’ das treze luas do lunario. Era a noite da decima-terceira lua cheia. Maria Madalena percorreu aquela noite chorando. Junta com as outras mulheres, tinha preparado bálsamos e lágrimas, em memoria de silencio, não por medo mas porque o amor, quando se faz amor, não necessita de palavras, respira no silencio. Maria Madalena tinha atravessado a noite do tempo da décima-terceira lua cheia. A mesma lua errante da Pascoa de libertação do povo que saiu da escravidão do Egito, na memoria de Dinah, filha de Lia, décima-terceira filha de Jacó, a décima-terceira tribo, violada e esquecida. Madalena e as mulheres tinham visto o tumulo vazio, porem Pedro, ordem simbolica dos doze, não conseguia acreditar. Madalena com os olhos repleto de lágrimas, atravessa a noite, no jardim, no paraíso da ausência. Não reconhece logo Jesus. As lágrimas tiram visão da inteligência racional, precisamos outra inteligência, como diz a mistica medieval Marguerite Porete, precisamos de inteligência de amor, de quem no amor nos pergunta do nosso choro, e nos chame pelo nosso nome: Maria. A ressurreição precisa de luas e de inteligência de amor: corpo, mistério, Mestre: a ultima palavra é ressurreição. Amem e continuamos amando.
Maria Soave Buscemi