Em Moçambique não existem tradições particulares em relação à nossa Senhora do Rosário. A devoção é a Maria; dentro da Igreja moçambicana respira-se a sua veneração como o perfume que encanta, e que se exprime através de uma piedade popular que atesta a fé. Se pensarmos que a própria padroeira de Moçambique é Maria, Imaculada Conceição e que boa parte das suas doze Dioceses têm Maria como padroeira, compreendemos quão presente e próxima ela está dos fiéis.
Entrando na tradição mariana há vários momentos de devoção a Maria: a bela e fortemente participada procissão que se realiza na cidade da Beira por ocasião do dia 13 de maio, onde a nossa Senhora do Rosário é levada em procissão desde a Sé Catedral até à paróquia de Fátima e ali celebra-se missa. Nesta ocasião, a longa fila de fiéis que atravessam a cidade rezando o terço e segurando a vela acesa nas mãos, ilumina a cidade da Beira.
São várias as peregrinações a Maria e recordamos em particular a peregrinação ao santuário da Murraça (no norte da Diocese da Beira) e a do Santuário de Nhamaacha (Diocese de Maputo) que se realizam em datas significativas, como o dia 13 de Maio.
Uma bela tradição típica das peregrinações é a saudação a Maria. Depois da procissão feita durante a noite com a recitação do terço, Maria é colocada no Santuário e no dia seguinte, os fiéis antes de regressarem a casa, depositam aos pés de Maria, flores, o terço, a capulana ou outros objectos que manifestem afecto por Maria e o pedido de proteção para a viagem de volta.
Um aspecto muito forte é a devoção à recitação do terço nos lares, comunidades e grupos paroquiais, em particular durante o mês de maio e outubro, com os doentes, nas vésperas nas casas dos falecidos etc.
Em Moçambique, não se pode falar de devoção a Maria sem nomear a “Legião de Maria”. Entre os grupos paroquiais é a mais numerosa e está presente em todas as paróquias. As mulheres estão bem identificadas com a típica capulana onde aparece estampada a figura de Maria e na cabeça o lenço azul que as distingue. Reúnem-se semanalmente para momentos de formação, oração e na paróquia são activas e realizam diversos serviços.
Que Nossa Senhora do Rosário, padroeira da Diocese da Beira, nos acompanhe no nosso caminho ao lado das mulheres que suportam o peso de uma vida quotidiana incerta; aos jovens às vezes sem perspectiva de futuro, aos muitos doentes que carecem de remédios para se curar. Que a sua devoção entre nas nossas casas, nas nossas paróquias, nas nossas famílias; que a ela se eleve uma intensa oração pedindo paz, reconciliação, justiça e perdão.
Maria, Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós.
ir. Rita Gecchele